sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Propositando de forma diferente

Abaixo, um texto que acabei de escrever. Tentei ser simples e utilzei um pouquinho de minha vivência para fazê-lo - meu sobrinho arteiro veio em casa hoje, filho de meu irmaozão. Quanto ao desenho, tenho um irmãozinho mais novo, sereno e sensato, metódico às vezes e brincalhão outras tantas, seu nome é Alex, mas também atende por Cói, que é um rabiscador talentoso. Em relação à sua arte, não deixe de conferí-la aqui.

Três incisivos




São três horas da tarde e, de repente, uma pessoa acorda num ônibus. Através de vidros, vê uma criança a acenar, sorrindo. Batuta, no banco de trás de um automóvel, mostrando seus dentões por uma fendinha na cara que ia de uma orelha à outra. Ali, havia um janelão.
Até esse momento, nada havia acontecido, mas tudo ocorria conforme. O relógio despertara, tivera café, tomara banho, vestira-se, saíra, embarcara no ônibus e ali se encontrava de olhos abertos. Funcionava em modo automático todo santo dia, com algumas variações em fins de semana, nada fora do programado.
Porenzinho, o ser banguela e serelepe rasgava um embrulho monocromático, sacudindo sua mãozinha de um lado a outro. A luz do sol que brilhava no céu de sua boca explodia janelinha à fora e as cores passavam a absorver e refletir.
São três horas da tarde e, de repente, uma pessoa acorda num ônibus, mais uma boca percebera que ali também havia sol, que, como na cidade poluída, só precisa de uma fenda entre as nuvens para poder ofuscar o branco e preto dos batutas por aí.

Um comentário:

Unknown disse...

Uma vida é uma vida é uma vida...

Estou mais atento a esses rasgadores de embrulho soltos por aí.

Um abraço, meu meu irmão.