quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

DA VIDA PÓS-MODERNA

O primeiro texto que publiquei, Do Conhecimento, acabou parando nas mãos de um professor e nós tivemos uma conversa pré-aula sobre o assunto abordado nele. Meu mestre discorria sobre Marx, Weber, Durkheim e Foucault – bem, eu não sou conhecedor de suas obras e julgo que conheço suas ideias de forma bem rasa, com ênfase aos três primeiros, já estudados timidamente num semestre anterior – e eu o escutava atentamente. Após alguns minutos, o grande conselho foi para que eu estudasse mais, a fim de eliminar, no bom sentido da palavra, algumas etapas na busca por respostas aos meus questionamentos, visto que muitas dúvidas que eu possa vir a ter já foram respondidas por esses e outros pensadores.
Além da dica, ganhei um texto, O Moderno e o Pré-moderno, escrito por Antônio Cícero. Essa dissertação de pouco mais de uma pauta lida com a estabilidade e a diversidade, respectivamente referentes ao indivíduo pré-moderno e moderno, abrangendo a complexidade contemporânea e a problemática em torno da felicidade.
DA VIDA PÓS-MODERNA
Ultimamente, penso sobre o que escrever, vários temas vêm à mente, mas vêm e vão conforme eu inspiro e expiro o ar cosmopolita paulistano, efêmeros. Contudo, na dinâmica e, muitas vezes, entediante vida universitária, em meio a uma leitura para conclusão de um trabalho acadêmico, eu me deparei com uma frase de objeto já conhecido e sentido “as pessoas em todo o mundo se ressentem da perda do controle sobre suas próprias vidas, seu meio, seus empregos, suas economias, seus países e, em última análise, sobre o destino do planeta.” (CASTELLS, 1999. pp. 93-94). Pois bem, resolvi discorrer sobre isso, viver na contemporaneidade.
Eu poderia seguir o conselho de meu professor e buscar a resposta ao meu anseio em outras cabeças. Estou certo de que encontraria respostas em Hall, Giddens e Castells. Esses autores lidam com a pós-modernidade e a problemática de identidades, oriunda da famigerada globalização. Porém, passarei à borda de referências teóricas e meus pensamentos se concentrarão no fato de que sou um jovem que vive na conjuntura expressa naquela citação que expus.
Quando, em Do Conhecimento, discuti sobre o avanço técnico da sociedade, na verdade, discorria sobre a o afunilamento do conhecimento com vista à gênese do indivíduo especialista. Normalmente, este elege sua profissão buscando abrigo numa instituição que lhe remunere de acordo com suas expectativas, as quais são fortemente influenciadas por um padrão crescente de consumo. Logo, a existência nos tempos atuais é ponderada por um materialismo em ascensão e, nessa lógica, um teto institucional é, muitas vezes, um curto ínterim na vida do sujeito. Pois, uma vez que se busca um soldo compatível com ideais materialistas, novas propostas são largamente aceitáveis. Construir uma carreira profissional já não é a meta de muitos, senão encontrar oportunidades cada vez mais condizentes com a possibilidade de se poder ostentar mais.
Aqui faço uso de digressão, pois comecei a escrever o presente texto no dia 27/12/2010 e já me dei conta de algo peculiar, o calendário marca 02/02/2011. O tempo passou e minhas ideias, se assim posso chamar pensamentos que, díspares, por vezes, conflitantes, por vezes, paralelos, por vezes, e complementares, por vezes, se perdem num mar de sinapses e interpretações e dúvidas triviais. Muito embora eu permaneça fiel como um cão à tendência original do raciocínio que desdobrei acima.
Minha intenção não é fazer desse texto um espaço para chorar pitangas e expor dúvidas existenciais, mas não vejo uma maneira de tratar do tema sem que algo muito íntimo seja exposto. O cotidiano, como acima o mencionei, bate à minha porta todos os dias e indaga algo, querendo saber minha posição no mundo. Coloco um terno ou me coloco? Qual dessas roupas vestir? Claro, a princípio, dotado de heroico romantismo, eu passaria meus braços pelas mangas da integridade e assumiria um “eu” todo autêntico, pois assim que se deve ser, senhor de si mesmo. Entretanto, as outras oportunidades também são boas, excelentes, na verdade. Seguir algo próximo a um padrão social, construir família, ter recursos para garantir conforto, viver rodeado de pessoas e ser feliz, por não enxergar além do que se tem, ou estar conformado com esse limite, é algo promissor. Não acho que a escolha seja algo simples, quando eleger é uma opção. E, a partir daqui, retorno a dezembro.
Como dizia, ou melhor, como construía, a forma pela qual somos impelidos a guiar nossas escolhas em função de material, feliz, ou infelizmente – fico com esta opção – cria uma espécie de indução de nossos anseios e, por conseguinte, optar entre o “eu” e o mundo tal qual o vemos passa a não ser vislumbrado. Dessa forma, as coisas ficam mais simples e as contestações são reduzidas, também as são as possibilidades de desenvolvimento íntimo e intrínseco de nós mesmos. Pois, se as ganas são voltadas para o materialismo e a conjuntura econômica atual nos permite atingir e realizar desejos, bastando apenas a ideia de que com recurso disponível – na maioria das vezes através do trabalho – um sonho torna-se palpável, então um modo de vida alternativo, em qualquer nível, torna-se virtualmente desnecessário. Já dizia a minha avó “Deus ajuda quem cedo madruga.”.
Sem a intenção de prolongar mais esse pensamento, e temendo perder-me em argumentos vagos, compreendidos fracamente até mesmo em sua origem, concluo, ainda que insatisfeito, mas ciente de que me falta algo: ainda que tenha abordado o aspecto da vida pós-moderna sob uma temática bem tímida, creio que a grande sacada desse tempo não esteja em escolher, mas em perceber que há escolhas. E, assim, acredito, teríamos uma margem mais ampla à felicidade e às realizações pessoais, evitando problemas como uma frustração incompreendida em nível de consciência.

Angelo Lira

4 comentários:

Anônimo disse...

prometo fazer um comentário a altura do seu texto assim que as 16 horas de trabalho me permitirem ...

ja adianto que este foi um dos temas que mais gostei de estudar na uni-qualquer coisa ...

Anderson Cassio disse...

Já discuti e pensei muito sobre isso , consumo exagerado as verdadeiras necessidades o homen e seu modo de ser etc...
Cheguei na seguinte conclusão:
Tudo e fase e passageiro até nossas duvidas e anseios , logo mais outras coisas iram te preucupar e você vai ver que a resposta de todas nossas perguntas está simplimente no não saber no cotidiano , não tem como enteder o mundo porque as pessoa são indecifráveis e quanto mais agente mexer nesse negocio mais ele fede e voc~e fica louco por uma resposta que tá em sua cara é nós não aceitamos .
Bom não sei se realmente entedi seu texto talvez eu esteja sendo um pouco radical se estiver me desculpe, na verdade este e seu momento , Bruno o importante e seja você porque vc e unico é não fique filosofando muito por que esse negocio deixa agente meio doido ,um abração de seu amigo feliz é muito obrigado por ter comentado no meu blog afinal oque em porta são os bom amigos e os bons momentos porque tudo e passageiro.

Anônimo disse...

My dear friend, brother, confident, roomate once ... Bruno ...

Sorry for this in english, you know me (sometimes better than I) it is not about being pretentious, it is just a way, an easy way, to express what Im feeling inside.

I have to confess that Im still a lost kid looking in the wrong book for the right answer. Reading this text has made me openned my mind to see that we have the opportunity not to focus on the verb, the action choose but ... the choices that we have. Every day we have a choice to change our reality and create a new one, day by day we are given a second choice and it is only up to us to take this and several chances ...

Living in a modern age, with modern life facilities, modern rules @ work, college and modern habits in the society makes me feel so much alive and so much powerful for facing this challenge. Tomorrow I will have to create a new modern world to live and to win, my favorite word here is "to win", this new opportunity that I will be given tomorrow @ 5am whem my alarm clock tells me that I have another battle ahead.

Mate im not really good with words as much you are, Im really clever to put my thoughts in the paper as you are but I know Im good with one thing: having the best modern friend that life could give to me ...

Remember always jogging side by side ...


Daniels

Trọng Văn disse...

Thanks for share !!!

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